O preço estimulante da soja este ano está fazendo os agricultores de vários Estados brasileiros tomarem uma atitude considerada arriscada na agricultura. Eles estão abrindo mão da rotação de culturas, técnica recomendada para o controle da proliferação de pragas na lavoura e melhorar o solo, e voltam a semear a soja logo após a colheita do mesmo grão.
São utilizadas variedades superprecoces para que a colheita seja feita antes do início do vazio sanitário anual que dura 90 dias e começa em 15 de Junho. Normalmente o grão utilizado na safrinha é o milho, que tem papel importante para quebrar o ciclo de pragas e doenças de planta e de solo da lavoura anterior.
Os produtores não escondem que a opção pela segunda safra seguida de soja no ano é o bom preço. No ano passado, o milho que tem custo de produção mais alto que a soja, estava sendo comercializado a R$ 7 a saca . Este ano, com o milho em média a R$ 23, o produtor ainda opta pela safrinha de soja, mesmo tendo que gastar mais com defensivos e pulverizações. A justificativa é de que mesmo com mais gastos em pulverizações, como o preço da soja está bom (média de R$ 40 a saca), o custo acaba sendo absorvido.
Pesquisadores da Embrapa e da Aprosoja alertam os produtores do risco de se fazer a segunda safra com soja, pois as lavouras do grão correm o risco de infestarem de ferrugem asiática, praga que seria controlada pelo milho, porém a decisão final dos produtores sempre é do ganho final maior que a soja proporcionará.
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